sexta-feira, 23 de julho de 2010

Acabou a Copa do Mundo.... e cadê o patriotismo?

Samba, mulher e futebol, não necessariamente nessa ordem.


Véspera de qualquer jogo do Brasil na Copa do Mundo era sempre a mesma coisa. Um mar de camisas e bandeiras em verde, amarelo e azul com cornetas e suas primas vindas diretamente da África do Sul, as famosas vuvuzelas. Todo mundo respirando a seleção, discutindo a escalação do Ramirez no lugar do Felipe Melo e esquecendo, por exemplo, da votação do projeto "Ficha Limpa".

Já é mais do que conhecido essa alienação brasileira em tempos de Copa, isso vem desde quando o Brasil foi campeão pela primeira vez, em 1958. Mas ficou muito mais transparente depois da efusiva campanha feita pelo governo radical que mandou no Brasil por 20 anos, de 1964 até 1985. Mas não é Ditadura Militar? É popularmente chamado assim, mas o certo seria governo radical, pois não eram apenas militares que estavam no poder, tinha muito civil metido nesse assalto à democracia nacional. Mas, voltando ao assunto, o governo do general Médici usou a Copa de 1970 para esconder as torturas de pessoas contrárias ao regime (não tem nada haver com comida, rs).

Desde então, o Brasil passou a se vestir, de verde e amarelo de quatro em quatro anos e esquecer dos problemas. Mesmo com a seca de títulos que durou 24 anos, entre o gol de Carlos Alberto Torres no México até o penalti perdido por Baggio em 1994. Depois da derrota vergonhosa em 98, venho a glória novamente com o penta em 2002 e dessa forma eu e minha geração ficamos bastante mal acostumados com essa história de ser campeão do mundo.

Talvez por isso todo esse patriotismo exagerado. O detalhe é que depois dos 30 dias de festa na África do Sul, aliais menos do que isso, já que o Brasil foi eliminado nas quartas de final, todo esse patriotismo se esvaiu e o verdeamarelismo deu lugar as cores normais do nosso dia a dia. Do futebol somente as cores dos respectivos clubes em alguns transeuntes. Aquele papo de brasileiro com muito orgulho e muito amor não rola mais, toda aquela mobilização ficou para trás.

Se tivessemos essa mobilização com os rumos do país no Brasil tal qual temos com a seleção brasileira, seriamos um país melhor com toda certeza. Um bom começo seria escalar bem o time que nos representará, nas esferas estadual e federal, nos próximos quatro anos. Porém essa tarefa é bem mais árdua do que a do Dunga. Enquanto o turrão gaúcho mexia com o campo da técnica (ou pelo menos deveria), nós temos lidar com uma virtude bem mais difícil de identificar, o caráter. Esses "atletas" de terno e gravata não estão sempre a vista, somente quando a eles interessa, por isso fica bem mais difícil analisar se vale ou não a pena a escalação.

Tá certo então pessoal!

Até a próxima!
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